Hoje amanheci super animado, depois das dificuldades que tive no dia anterior meu pensamento era só descer a serra da mantiqueira rumo a Vila do Embau. A saida foi de onde é dada a largada para o Big biker. confesso que a cidade sem o movimento dos ciclistas parece ser outra, quase nem reconheci a praça central hehehe. Segui então meu caminho ao lado de uma linha de trem que até Passa Quatro encontra-se desativada. Tive neste trecho a compania da Vivian que foi tirando algumas fotos e me escoltando. Por uma estradinha bem gostosa e sem movimento nenhum segui meu caminho. Nesta estrada é possivel ver criações de galinhas para produção de ovos. Apesar do cheiro forte é um barato ver os ovos seguindo por esteiras até galpões onde são embalados. Chegando em Passa Quatro visitei a estação de trem onde pode-se fazer durante os finais de semana um passeio. Infelizmente não consegui ver a locomotiva e me contentei apenas com a estação e o centro da cidade. Parei na praça para tomar mais um caldo de cana e continuar pedalando ao lado da linha do trem. Este pedaço rumo a divisa de estados é por onde passa o trem nos finais de semana e vai até a estação de Coronel Fulgencio. Faltava pouco para cruzar os estados, deixar as Minas Gerais para tras e pedalar em terras paulistas. Quando estava próximo do mirante de Nossa Senhora da Conceição encontrei com um casal de ciclistas. O Rodrigo e sua esposa também estavam fazendo parte do caminho que fiz.Já haviam rodado 1000 km e por isso precisando chegar em Paraty decidiram fazer pelo caminho mais rápido e curto. Batemos um papo bem rápido e ele já me conhecia, pois temos um amigo em comum de Juiz de Fora, o Daniel Carracci. fizemos uma foto juntos e ele seguiu pelo asfalto rumo Guaratinguetá e eu encarei a descida pela trilha que me levou ao túnel da Mantiqueira, conhecido como importante ponto militar estratégico durante a revolução de 30. A Vivian que me seguia de carro também continuou pelo asfalto e foi providenciar hospedagem em aparecida. Para chegar no túnel inicia-se uma descida com muitas pedras e é preciso ter cuidado para não cair de bobeira... Com a atenção o visual quase passa despercebido mas sempre uma paradinha é bem vinda para curtir. Algumas porteiras e caio dentro do quintal de uma casa. Fui me apresentando e perguntando a senhora que apareceu na porta sobre a trilha da estrada real que passa próximo ao túnel e ela indicando o caminho segui. Ai você me pergunta: Mas e o GPS? Ele não mostrava nada? Mostrava sim, o negocio é que a trilha passava dentro de uma plantação pequena de milho que parece ser da casa onde peguei informação, então o melhor era parar para tirar as duvidas. Para chegar no Túnel, a trilha passa por uma cerca com aqueles passa-um em zig zag. Tentei levantar a bike com os alforges mas estava muito difícil. Então perdi um tempo para tirar os alforges e passa-los para depois buscar a bike e montar tudo do outro lado. No túnel fotografei e entrei um pouco dentro imaginando as cenas que se passaram ali cerca de 80 anos atras. Imaginando também que ali era mais um lugar onde entre tantos outros passavam trens e simplesmente encontram-se jogado ao tempo. Pena. Reparei dois totens da estrada real deitados no chão próximo ao local e uma pedra mostrando a divida de estado. Claro fotos para registrar e mostrar aqui. Peguei então uma trilha fechada por onde passava o trem e em seguida uma descida de single track muito boa por dentro da mata. Trilha que me levou ao asfalto e que logo estava pedalando por um trecho vicinal. Meu destino agora era a Vila de Embaú. Mas uma coisa me preocupava, li em vários lugares que existe uma ponte caída no local e que a passagem é meio complicada. Mas chegando ao local encontrei com trabalhadores que estão construindo uma nova ponte e eles improvisaram uma ponte de escada por onde permitiram minha passagem. Confesso que a ponte não era segura, mas era o que tinha então passei, até sem problemas maiores. E logo logo já estava matando minha sede em um bar na Vila de Embaú. Saindo do lugarejo peguei uma trilha que me levou a um asfalto que apesar do calor fez meu pedal render. Passei por trás das cidades de Cachoeira Paulista e Lorena, onde somente as avistei. Comecei então a pedalar em um baixadão, o famoso vale do Paraíba. No inicio uma estrada de terra muito boa e com transito de caminhões pesados o tempo todo, mas depois não tão bom o piso mas com poucas subidas. Neste trecho já é possível avistar a serra do mar e a serra da mantiqueira, ambas parecem te proteger. Cheguei então em Guaratinguetá e de longe já podia avistar a Basílica de Aparecida. Passei então pelo tumultuado centro da cidade e me dirigi para a cidade de Aparecida. Aparecida não está na rota da estrada Real, mas como eu estava tão próximo resolvi passar lá para fazer uns agradecimentos a Nossa Senhora da Conceição Aparecida e pedir também para que me guiasse nos últimos 100 km. Aproveitei e me hospedei em um hotel na frente da entrada da basílica. Consegui ainda assistir uma missa na igreja velha onde foi transmitida pela TV Aparecida. Buscando na internet consegui um pedaço dessa missa onde eu e Vivian aparecemos por volta do minuto 7:30 do vídeo no seguinte link ( http://www.youtube.com/watch?v=Y1RuS89FN7A ). Fé renovada sai para dar umas voltas na cidade e comer alguma coisa e também passar aos pés da imagem de Aparecida.
Itanhandú.
Passa Quatro.
Vai o caldo de cana ai?
Rodrigo e sua esposa.
Até breve Minas Gerais.
Mirante.
Aqui foi dificil passar.
Trilha por onde passava o trem.
Ponte sendo construida para facilitar a passagem neste local.
Guaratinguetá.
2 comentários:
Não tenho mais palavras para parabenizá-lo pelas fotos e pelos relatos.
Desta vez, fiquei muito emocionada ao ver a Viviam e vc na missa em Aparecida.
Agradeço por passar para nós todo conhecimento que vc está adquirindo com sua cicloviagem.
Um brinde com caldo de cana.
Abração
Lúcia já disse tudo. Como sempre, lindas fotos e excelente relato. Deu mesmo para emocionar. Ah, quero um caldo de cana sim hehehe.
Parabéns.
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